04 agosto 2004

Quero ouvir a música

Quero todo o som que me inspire
para que por momentos respire
sem que ninguém me tire
Ar que se conquista, me faz sonhar e ser e que me liga.
Queria cuidar os que deus castiga
cuidar de quem mendiga
e de quem mastiga
A saliva e a própria sombra.
Queria salvar o mundo da sobra
do resto, do veneno, da cobra
queria lhes dizer uma palavra
Numa palavra sem medo.
Queria ir a tempo, chegar cedo
olhar por um cego lendo por um dedo
que não chega a ser coitado
Porque deste mundo não chega a fazer parte.
Queria ser um daqueles ventos de sorte
e acabar com esta miséria soprando forte
derrubando a doença e a guerra que nos entrega à morte...

Quero ouvir a música,

a música do progresso
a mais bela de todas
a mais bonita por excesso
Porque um dia eu quero entregar as folhas
entregá-las a um verso, um verso cantando de alegria
Um verso que vou escrever à luz de umas velas
umas velas acesas caminhando, presas à vida
para que não se percam as letras
Para que esta janela livre não seja substituída
por pedras e por merdas e por portas vazias.

5 Comments:

Blogger MMM said...

bebo estas letras ao som da música das tuas palavras :)

2:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Carlos:
Quanta força no teu poema!!!
Beijo com carinho..
Míriam (http://migram.blog.uol.com.br)

2:26 da manhã  
Blogger rfarinha said...

A música... melodia inspirada que inspira o mais comum mortal dos seres ;) Bjs

10:40 da manhã  
Blogger Estrela do mar said...

Passei e viajei pelo teu "manifesto".
Deixo-te um Jinho.

8:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Atravessei o mar oceano e vim conhecer teu universo poético. Voltarei sempre. Obrigado pelos instantes de leitura que tive aqui.

abraço

Nel Meirelles
htp://www.falapoetica.blogger.com.br

4:23 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home