09 julho 2004

Junto com pedaços

Junto os pedaços e divago mergulho nos braços da distância
junto dos pedaços, bocados de corpo e riso de peito aberto
junto em pedaços uma bola colorida entre as mãos de uma criança
A nossa, que se escreve e que eu aperto com passos apressados de infância.

Toquei na sombra em branco da minha pele
Movimentei objectos sem ordem aparente e perdi-lhes no tacto
na delicia que deve ser tocá-los ao de leve e de repente,
Procuro gente, sem fato,
gente de facto.

E toquei na sombra e gritei o sol baixinho no teu quarto
Agitei as águas geladas na hora e percorri tudo sem maneira
Vasculhando cada letra perdida por brincadeira sentado na cadeira
E agora entro aí dentro, provo o leite e me deito no lento gosto
sem saída.

E junto os pedaços dos pedaços em pedaços da sombra inquieta parada vadia
Dos nossos para os nossos em nossos desejos de letra e vida que não pára
Como ossos dentro de fossas e louças baratas
sinceras
Fotografo o espaço e guardo os restos das lembranças
raras.

2 Comments:

Blogger Velasquez said...

Sem palavras, Carlos. Realmente muito sentido. O verdadeiro poeta és tu.

Abraço

2:58 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Carlos:
Silencio. Nada digo, para que a emoção bordada por tuas letras, não se dilua em mim...
Maravilhoso!
Te beijo...
(míriam - http://migram.blog.uol.com.br)

4:05 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home