24 agosto 2004

Luz-

Bate-me forte leve o trote que me ilumina o corte
Tão forte como o gesto, a palavra, o sinal e o resto
Que me faz um animal de claridade incerta
Trazendo em cada excerto de imagem e sorte
O desenho em letra que gosto ou detesto
Ali fora, perto do meu peito onde a cruz me acerta
E o desejo onde a luz começa.

Bate-me forte fresca a seda iluminada ao anoitecer
Tão forte como tudo o que somos
Tão forte como tudo o que queremos
Fios e traços entrando pela manhã nos quartos a ter
Alguém por quem nos chamemos
Cá dentro ou ali fora, trajados ou nus, serenos
Sobre o desejo de aurora de mais uma outra luz para sermos.