27 novembro 2004

Que eu amo...


















Que eu amo sei
Quem? será alguém,
Porque se nascemos é para termos tendo
e darmos o amor amando quem nos quer bem.

Que eu amo sei
E se não amar serei ninguém,
Porque se crescemos é para sermos sendo
e darmos o amor que cá dentro vive querendo, correndo quando vem.

21 novembro 2004

revelação.minha.face.à luz






















Com esta face te digo
a face em que te sinto.
Com meu olhar direito
te segredo a paz ao ouvido
e com meu lábio esquerdo
te desenho a glória num beijo em suspiro.
E na negritude onde em mim ponho a imagem
serei ténue fantasia e a miragem,
E na luz que põe clara a pele de mim mostrada
serei esse traço sonoro de brilho corado que aquece a minha cara.

18 novembro 2004

Entras?















Se entras,
O telefone toca para que atendas o mundo
num segundo com letras e com futuro
comigo junto,
Se entras eu escuto.

Se entras,
A carta escreve para que entendas o meu fundo
por minuto com palavras e com luta
comigo uno,
Se entras eu mudo.

Se entras,
A voz fala para que percebas um tudo
na hora com trovas e com provas
comigo todo,
Se entras agora.

E se entras,
Meu sopro entrará solto pelas vendas do teu corpo
trovejando com palavras e letras esse meu mundo louco
contigo ao lado nesse presente futuro de tempo e de tudo
e com fundo achado nessa luta que eu provo que eu luto.

16 novembro 2004

Momentos correndo, movimentos que pauso acelerando...













15 novembro 2004

Entro nesse sitio. Esse abismo onde dormem os sonhos perdidamente esquecidos. Abismo de tons negros fundidos com vermelhos rubros de letras e de dias e vontade de correr de peito aberto entregue a esse vento que arrepia por dentro a espinha.
Entro nesse sitio, abismo de textos criados de quadros pintados com títulos escritos naquela imagem em tom negro amado de forma rasgado. Entro nesse sitio, abro o livro, a história de onde sou e por onde fico num silêncio que grito em eco que mastigo.
Entro nesse sitio. Esse abismo onde dormem os sonhos perdidamente esquecidos. Abismo de melodias e aromas sentidos onde entro e digo com o dedo apontado para lá do meu segredo aquela palavra de fundo que pinta o mundo sem medo.
...

10 novembro 2004

Explodindo...














Vem até cá que a vida se apressa a inundar,
Traz no regaço do vento os teus cabelos e aquele desejo
por nossos corpos despertos que passam a flutuar
nessas ondas em musica de mais um sorriso imenso desse Tejo.

Vem até cá para outra margem neste barco identificado,
Irei ter contigo com meu lábio esquerdo soltando beijos palpitados
e na sede do prazer deixar-me a ti atracado
na aventura que nos junta em gestos e instintos suados.

Vem até cá que a porta deste rio se escancara
e a janela é a entrada por onde vejo a beleza em tua cara,
Vem para nos embriagarmos de cor e de mel
e nos fazermos sob a penumbra leve de um pôr do sol.

Vem até cá que o Bairro tem a força de juventude
e na beira do rio tem barcos e velas em inquietude,
E explodindo, vem descobrir o que me une à vida
que eu irei a ti vivendo unido amando-te da noite ao dia.

07 novembro 2004

Vou ao fundo de mim
em mil encantos e realidades,
Poderia ser esse pássaro longo sem fim
que repousa em poesia na borda da terra,
Poderia ser o vale profundo perdido na serra
uivando a frescura brava como um louco por ti.

Vou ao fundo de mim
em mil desejos e vontades,
Poderia ser esse objecto lavado em vento a sorrir
aquecendo da noite ao dia os corpos secos,
Poderia ser os passos que caminham tontos
por esses trilhos de árvores e troncos e segredos para existir.

Vou ao fundo de ti
em infinitos sorrisos que aquecem a pele deste labirinto,
Serei em silêncio esse sopro preciso
que te escolhe
e te acolhe no mundo por instinto.

02 novembro 2004

Desses momentos nesses lugares













E me assento sobre o pensamento
e me acendo em momentos bracejando aos ventos
ouvindo este tempo ameno caindo do céu seus castanhos e o feno.
E me sopro nos ingentes instantes
e me cubro de repente erguendo um aperto mutante
escrevendo sobre passos sobre gentes sobre tudo sobre espaços.
E te espero sossegado nesta curvatura
que em mim se enrola de loucuras e me invade em ternuras
neste mundo que vive dos amantes e amados que não servem para ser simples coitados.