07 fevereiro 2005

Musa

É num sorriso que me dizes que do silêncio renasces aqui, infiltrada nesta cor a sorrir, na oportunidade única que é ver-te abrir para o novo dia como uma flor que se recria artística verdadeira crescida de quem deseja húmida a secura embebida. Vendo-te a sós num momento e parece não existir poesia para ti. Toda seria se existisse. Um verso será, enfim, uma alegria de esperança minha tocando com o meu dedo o teu peito apalpando esse segredo e a magia

Porém, está nesses olhos a rima, perfeita como o teu corpo que brilha e que dá harmonia à vida. Porém, é no contorno do gesto que a palavra humedecida te beija a cada toque nesse chão que teus pés pisa e deseja. Porém, todo e qualquer poema seria tão pouco para descrever o quanto sou louco por esse jeito tão bonito de ser tão esculpido perfeito que fica a parecer um sonho este em que vivo acordado mesmo quando adormeço ao relento me deito

E, porém, é dessas cores que também sou feito, por querer estar-te junto a esse leito onde pouso a minha cabeça sobre a certeza de que nunca me deito sem pensar em ti, minha musa que escrevo de repente num aperto, lentamente quando me perco, por estar tão perto, tão perto de ti, musa meu amor, flor colorida, mulher mais bonita, musa sem dor, minha vida, Margarida