27 setembro 2004

Poesia

Às coisas estáticas dou-lhes o movimento de palavras vivas e irrequietas
E às pequenas coisas da vida torno-as infinitas,
E criar é o universo todo junto unido às estrelas unindo a nós
a força de uma luz imensa que nos ergue e que nos faz
herdeiros da paz lutando com a palavra
que sempre que nos foge outros apanha
neste mundo que não pára.

Dos troncos faço corpos
E das pedras que ignoramos crio todos os transportes
que nos levam ao vento aos poucos
para sítios repletos de poesia e maresia
que inspira profunda mente fria.
Na hora tardia de uma madrugada
faço nascer um novo dia
e do dia surgindo na alvorada
aponto a luz que se guia por um brilho que se sopra
imaginando o mar à volta
sorrindo como quem sente e chora
aquele sentimento que de qualquer forma se desfruta.

E ser em poesia é uma forma de estar na vida
E viver também é saborear a sua natureza morta
Andar de porta em porta, entrar pelas janelas,
Transformar tudo criando algo de novo,
transportar para o papel a imagem do mundo,
trazer um sorriso para as trevas
e escrever sobre tudo sempre mais profundo
sobre a forma de poemas.